terça-feira, 3 de dezembro de 2013

CENAS EXPLICITAS DE RACISMO EM SHOPPING CENTER DE VITÓRIA CAUSAM MAL ESTAR E REPUGNÂNCIA. FREQUENTADORES DE SHOPPING APLAUDEM A POLÍCIA ENQUANTO INOCENTES, A MAIORIA NEGROS, SÃO EXPOSTOS A EXECRAÇÃO PÚBLICA. UMA VERGONHA.


Direto do Blog "Negro Belchior" por indicação de Manuela Nassim Jorge Santos.
http://negrobelchior.cartacapital.com.br/2013/12/02/shopping-vitoria-corpos-negros-no-lugar-errado/


Cidadãos brasileiros e sem nenhum tipo de crime comprovado tratados 
com bandidos e marginais em um Shopping Center de Vitória, ES. Uma 
vergonha. Porque será que antes de expôr eles a esta cena 
deprimente, alguém do shopping ou da polícia, pelo menos não 
teve a ideia de perguntar o que estava acontecendo?


As pessoas tentam esconder mas não conseguem, no fim o racismo e o preconceito sempre são revelados. Observem como os "bem nascidos" de Vitória aplaudem a ação desastrada da polícia.



Por Douglas Belchior

Sábado, 30 de novembro, fim de tarde. Várias viaturas da Polícia Militar, Rotam e Batalhão de Missões Especiais cercaram o Shopping Vitória, na Enseada do Suá, no Espírito Santo. Missão: proteger lojistas e consumidores ameaçados por uma gente preta, pobre e funkeira que, “soube-se depois”, não ocuparam o shopping para consumir ou saquear, mas para se proteger da violência da tropa da PM que acabara de encerrar a força o baile Funk que acontecia no Pier ao lado.

Amedrontados, lojistas e consumidores chamaram a polícia e o que se viu foram cenas clássicas de racismo: Nenhum registro de violência, depredação ou qualquer tipo de crime.  Absolutamente nada além da presença física. Nada além do corpo negro, em quantidade e forma inaceitável para aquele lugar, território de gente branca, de fala contida, de roupa adequada.

E a fila indiana; e as mãos na cabeça; e o corpo sem roupa, como que a explicitar cicatrizes nas costas ou marcas de ferro-em-brasa, para que assim não se questione a captura.

A narrativa de Mirts Sants, ativista do movimento negro do Espírito Santos nos leva até a cena:

“Em Vitória, a Polícia Militar invadiu um pier onde estava sendo realizado um baile funk, alegando que estaria havendo briga entre grupos. Umas dezenas de jovens fugiram, amedrontados, e se refugiaram num shopping próximo.

Foi a vez, entretanto, de os frequentadores do shopping entrarem em pânico, vendo seu ‘fetiche de segurança’ ameaçado por “indesejáveis, vestidos como num baile funk, de tez escura e fragilizando o limite das vitrines que separam os consumidores de seus desejos”. Resultado: chamaram a PM, acusando os jovens de quererem fazer um arrastão.

A Polícia chegou rapidamente e saiu prendendo todo e qualquer jovem que se enquadrasse no ‘padrão funk’. Fez com que descessem em fila indiana e depois os expôs à execração pública, sentados no chão com as mãos na cabeça. E isso tudo apesar de negar que tenha havido qualquer arrastão, “exceto na versão alarmista dos frequentadores”.

Se chegou a haver algo parecido com uma tentativa de ‘arrastão’ ao que parece é impossível saber. Para alguns dentre os presentes, a negativa da PM teve como motivo “preservar a reputação do shopping como templo de segurança”. Se assim foi, a foto acima, com os jovens sentados no chão sob vigilância, e o vídeo abaixo, mostrando-os sendo forçados a descer em fila indiana sob a mira da Polícia, se tornam ainda mais graves como exemplos de arbítrio, violência e desrespeito aos direitos humanos.  E isso só se torna pior quando acontece ainda sob os aplausos dos ‘consumidores’…”

3 comentários:

  1. Cadê o povo dos direitos humanos. ninguém vai questionar a policia elitista sobre o abuso do direito de condenar antes e perguntar depois?
    uem defenderá o direito desses que como os clientes do shopping só queriam salvar suas vidas.

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  2. tinham era que postarem os rostos dos policiais e de seus comandantes que mandaram fazer essa barbaridade .

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  3. mas será mesmo que eram inicentes??? Porque sempre se duvida que sujeitos mal encarados, com visual funkeiro sejam do bem???

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