Participantes do Programa Braços Abertos da Prefeitura de São Paulo
fazem uma oração antes de inciarem o trabalho como parte da
tentativa de recuperar eles para o convívio normal na
sociedade. Violência por parte do estado, nesse caso,
é a pior situação.
Exatamente no momento em que a Prefeitura de São Paulo implanta a operação Braços Abertos, que tenta tirar os viciados da cracolândia do centro de São Paulo, através de medidas de conscientização e bom senso, encaminhando eles para o tratamento e também para atividades de trabalho envolvendo, principalmente as áreas de saúde e assistência social da Prefeitura de São Paulo, a Polícia Civil de São Paulo, sem nenhum tipo de comunicado para a municipalidade de São Paulo e até mesmo para a Polícia Militar, fez uso de uma ação violenta, como as que observamos no ano passado durante as manifestações contra o aumento das tarifas de transporte urbano, de maneira extremamente desproporcional para o que seria a prisão de umas poucas pessoas acusadas de tráfico.
O Prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, obviamente e como não poderia deixar de ser, criticou a operação classificando ela de desnecessária ao dizer que, “o que nos cabe neste momento é manifestar essa indignação”.
Em todo processo político temos momentos de altos e baixos para os governantes, principalmente no que diz respeito a popularidade. Se o PSDB estiver em baixa com a maioria dos eleitores de São Paulo no início de Outubro deste ano, nada salvará o partido da derrota e inapelavelmente o próximo governador virá da oposição.
Nós, cidadãos não temos culpa, mesmo que em certa medida, pesem as críticas, nem a oposição, principalmente o PT.
Se o PSDB não compreender isso e continuar com a política de confronto vai perder e mais feio ainda.
O radicalismo, apesar de se expressar de forma mais evidente e parecer ser maior catalisador em um primeiro momento, sempre na maioria das situações não convence a maioria da opinião pública.
Hoje, principalmente nos grandes centros urbanos do Brasil, qualquer pessoa, mesmo as mais abastadas financeiramente, conhece alguém que tem um viciado em crack na família ou na vizinhança, eu mesmo posso indicar facilmente três pessoas viciadas próximas da minha casa, uma dessas pessoas é um excelente profissional em sua área de trabalho e tem uma esposa com um filho recém nascido. Ficou internado um tempo e depois voltou, por uns dias parecia que estava curado, mas logo voltou para o vício e hoje está novamente internado longe da sua esposa e de seu filhinho, todos sofrem, principalmente a família e até mesmo as pessoas próximas.
Se o Governo de São Paulo, a Secretaria de Segurança e até mesmo os policiais não tiverem tato para enfrentar esta situação agindo forma agressiva quando algo que tem o humanismo como referência esta sendo feito, certamente que a opinião pública não vai apoiar.
Isso envolve sim uma política de governo e o PSDB e aliados devem saber muito bem disso...
Flávio Luiz Sartori